domingo, 14 de fevereiro de 2010

Cult movie: cada um tem o seu?

Cult movies são aqueles filmes que arrastavam multidões aos cinemas várias vezes. Muitos de vocês devem ter perseguido pelo menos algum filme na TV aberta para rever. Mesmo que tenha sido os filmes de Jerry Lewis ( nada contra ele). Qualquer filme pode ser Cult. Mas, em geral, os cults comovem multidões décadas a fio.

Tais filmes talvez estejam em extinção. Muitos deles passavam nas antigas sessões noturnas de TV aberta, tais como Cine Clube (legendados) e Classe A (dublados). Durante a década de 1980 era comum que as madrugadas das quartas-feiras fossem frequentadas por Fred Astaire, Frank Sinatra, enquanto nas madrugadas de domingo via-se de tudo, inclusive Bergman, cinema russo, italiano e muita Hollywood das décadas de 1930-1950.

Com o advento da fita cassete – revolucionária para indústria cinematográfica - levamos o cinema para dentro de casa. Podíamos colecionar ou alugar filmes. Daí para o DVD e as cópias baixadas na rede antes do filme chegar aos cinemas foram alguns anos. A noção de Cult movie permanece ou modifica-se?

Francamente eu nem sei se a indústria cinematográfica ainda criará cult movies. Titanic (1997) de James Cameron talvez tenha sido o último, aliás não faz parte da minha lista. Nos circuitos alternativos de cinema surgem muitos candidatos, mas poucos viram cult. Os cults têm uma característica que destoa da modernidade líquida descrita por Zygmunt Bauman. Atualmente os filmes parecem ser feitos para serem esquecidos e se consumirem mais filmes e produtos ligados a eles, de jogos de vídeo game a roupas.

Durante algum tempo os filmes foram feitos para durar ou serem, no mínimo, inesquecíveis. Sei que diretores e produtores de todo mundo fazem filmes como obras de arte. Mas o cinema como parte da indústria cultural reflete esta fluidez que leva ao consumo; o filme vira uma mercadoria (?). Os cults movies embora ainda possam existir não “arrastam” as multidões, mesmo porque o prazer de sentir-se tocado por algo no escuro do cinema esvai-se.

Restam alguns filmes que são cult: atravessam o tempo amados e revistos, sempre. Você pode ver “E o vento levou. . . ” (1939) e não gostar dele, mas algo o tocará. O filme tem vitalidade e charme. Blade Runner (1982) fracassou nas bilheterias, mas fez uma carreira paralela entre cinéfilos e tornou-se clássico, para quem gosta de ficção científica é um filme extraordinário.

Mas, meu cult não é do cinema colorido. Rebecca (1939), o primeiro de Hitchcock filmado nos EUA, é preto e branco, tem bela fotografia, boa trilha sonora. Envelheceu bem, pois caso você se deixe envolver pelo clima de mistério e leve sensualidade se sentirá nos corredores de Manderley. Verá que o filme envelheceu bem com Laurence Oliver e Joan Fontaine brilhando, notadamente a jovem atriz em início de carreira. Afora Judith Anderson – a governanta de Manderley - uma coaqdjuvante espetacular que quase rouba o filme para ela.

Pertence a categoria dos filmes vistos na TV aberta quando eu tinha por volta de 15 anos. No Cine Clube domingo a noite meu pai sugeriu que assistisse ao filme que estava passando e fez elogios a história. Fiquei encantada com o que vi. Não me perguntem o motivo. Posso escrever mais sobre isso depois.

Antes que eu esqueça: Qual o seu Cult movie?

OBS1: Ganhei de presente de uma amiga (Suzana Magalhães) uma fita cassete de Rebecca (que ainda está comigo) e recentemente ganhei de outra amiga (Lia Bezerra) o DVD original.

OBS2: Dedico este post a meu caríssimo amigo Erasmo Ruiz, grande apreciador de filmes antigos e intelectual raro.

5 comentários:

Anônimo disse...

Só queria dizer que eu gosto do Titanic, ok?!
rsrs!

Carol Costa Bernardo disse...

Que bom ler você nesse carnaval....

Unknown disse...

Nossa! Achei tão cult esse texto que confesso não saber se o entendi bem... mas, fazer o que? Quem manda ter amiga-professora-tia cult que gosta de cinema cult. Te adoro, viu?

Unknown disse...

Os filmes cult´s de terror... adoro o Hitchcock.
Mas eu também não tenho nada contra o Titanic e o Avatar! kkkkk... Bjos.

Socorro França disse...

Alguns filmes nos comovem,de verdade, Rita!
No meu caso, "conduzindo miss Dayse" e, mais recentemente, "Orgulho e preconceito".