Adoro gatos! São discretos, silenciosos em sua elegância. Jamais você verá um gato implorando comida com os olhos. Ele se enrolará em suas pernas e ficará atento aos seus movimentos na espera por uma doação ou um descuido para obter o que quer.
Alguns afirmam que eles são traiçoeiros e gostam da casa, somente. Provavelmente são pessoas que nunca tiveram gatos e gatas em suas casas. Tive uma gata de rua/sem raça definida (SRD) – aprendi a denominação e a sigla com um veterinário - criada em apartamento e para ela e suas peripécias fiz este poema:
POEMA DA GATA DE RUA
I
Minha gata se deita
Frente a janela
Do apartamento
E olha
Passarinhos e insetos
Que circulam
Além do seu alcance
Ela me olha
E eu a ela
É obvio
Não nos entendemos
Mas para além da janela
Fica a vida toda
Minha e dela
De repente
Um barulho na varanda
Penas no ar
Ela trouxe o mundo para si
A cor violácea
Na cabeça da rolinha
Combina com a tarde morrendo
Ela outra vez me olha
E continuo sem entendê-la.
( horas depois de eu embrulhar
o corpo sem vida do pássaro
e colocar na lata de lixo).
II
Pobre inseto verde
Que adentra a sala
Enquanto olhos
E dilatadas pupilas
Vigiam seu frágil vôo
Talvez
a gata
o único sobrevivente
a poder alcançar
esperança
sem temor
e descrença.
2 comentários:
SRD - no velho popular, vira-lata?!
hahaha!
Beijos :)
Saudades da sua presença por aqui!
Qdo a pretinha pegava qualquer ser vivo pra brincar eu virava bicho!!!
rsrsrsrrs
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