sábado, 20 de fevereiro de 2010

GATOS

Adoro gatos! São discretos, silenciosos em sua elegância. Jamais você verá um gato implorando comida com os olhos. Ele se enrolará em suas pernas e ficará atento aos seus movimentos na espera por uma doação ou um descuido para obter o que quer.
Alguns afirmam que eles são traiçoeiros e gostam da casa, somente. Provavelmente são pessoas que nunca tiveram gatos e gatas em suas casas. Tive uma gata de rua/sem raça definida (SRD) – aprendi a denominação e a sigla com um veterinário - criada em apartamento e para ela e suas peripécias fiz este poema:

POEMA DA GATA DE RUA

I

Minha gata se deita

Frente a janela

Do apartamento

E olha

Passarinhos e insetos

Que circulam

Além do seu alcance

Ela me olha

E eu a ela

É obvio

Não nos entendemos

Mas para além da janela

Fica a vida toda

Minha e dela


De repente

Um barulho na varanda

Penas no ar

Ela trouxe o mundo para si

A cor violácea

Na cabeça da rolinha

Combina com a tarde morrendo

Ela outra vez me olha

E continuo sem entendê-la.

( horas depois de eu embrulhar

o corpo sem vida do pássaro

e colocar na lata de lixo).

II

Pobre inseto verde

Que adentra a sala

Enquanto olhos

E dilatadas pupilas

Vigiam seu frágil vôo


Talvez

a gata

o único sobrevivente

a poder alcançar

esperança

sem temor

e descrença.

2 comentários:

Anônimo disse...

SRD - no velho popular, vira-lata?!
hahaha!

Beijos :)
Saudades da sua presença por aqui!

Carol Costa Bernardo disse...

Qdo a pretinha pegava qualquer ser vivo pra brincar eu virava bicho!!!

rsrsrsrrs